«Cada minuto tem 60 segundos, uma noção que ninguém questiona, mas que será desafiada pela Física em pleno "réveillon", já que 31 de Dezembro terá mais um segundo que o habitual, tornando-se o dia mais longo desde 1999.
"A rotação da Terra não é constante e tem estado a abrandar. Se não se fizessem ajustamentos, daqui a um milhão de anos havia um desfasamento de cerca de 12 ou 13 dias entre o calendário e o tempo real da Terra", explicou à agência Lusa Rui Agostinho, vice-director do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL). À medida que este desfasamento fosse aumentando, com o passar do tempo, a nossa percepção das estações poderia ficar "baralhada", uma vez que a Terra poderia ainda estar no Inverno, quando os calendários já marcassem o Verão, por exemplo.
Para evitar este fenómeno, os cientistas estabeleceram nos anos 70 que seria acrescentado um segundo a cada ano, o que não chegou a ser necessário, uma vez que o abrandamento da rotação da Terra não é tão acentuado como inicialmente se previa.
Assim, definiu-se que a correcção só tem de ser feita quando existir um desfasamento superior a meio segundo entre o movimento de rotação da Terra, medido através da posição de uma estrela, e os relógios atómicos, dispositivos de laboratório criados há cerca de 30 anos que possibilitam uma precisão quase total na medição do tempo por estarem sincronizados com a passagem dessa mesma estrela.
Este ano atingiu-se o limite máximo dessa diferença e é exactamente por isso que os físicos decidiram acrescentar um segundo ao último minuto do dia 31 de Dezembro, o que já não acontecia desde 1999.»
In Sic Online
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